17/10/2014

Dilma & Aécio, seus podres

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DILMA
Para que se constate, de maneira absolutamente inequívoca, o que está afirmado no título deste artigo, basta que sejam comparadas as seguintes duas atitudes da presidente Dilma: 1 – as contundentes declarações, dadas durante uma cerimônia realizada nesta segunda-feira, 14 de abril, em Pernambuco, sobre as denúncias contra a Petrobras; 2 – o constrangedor silêncio de Dilma diante das denúncias por mim feitas contra a Gemini (sociedade da Petrobras com uma empresa privada para produzir e comercializar Gás Natural Liquefeito).   
Em Pernambuco, Dilma declarou: “Nós, com determinação, estamos aqui nos comprometendo, a cada dia que passa, que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor. O que tiver de ser punido vai ser punido também com o máximo de rigor".
Naquela oportunidade, a presidente Dilma Rousseff afirmou, também em alto e bom som, que combaterá “todo tipo de malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie” na Petrobras.
Na hipótese de se acreditar que a Presidente cumpre à risca o que afirma, lícito se torna concluir que, inquestionavelmente, há algo de muito podre no reino de Dilma: estão escondendo dela as denúncias por mim feitas sobre a Gemini – sociedade arquitetada no período em que a atual presidente da República acumulava os cargos de Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Ninguém, de boa fé e com serenidade, pode ter qualquer dúvida sobre a gravidade da situação: para que se acredite no que Dilma falou, indignada, “como presidenta, mas, sobretudo, como brasileira”, tem que se acreditar, também, que ela não tomou conhecimento de minhas comprovadas denúncias sobre o caso Gemini – o que significa que sua assessoria e seus órgãos de inteligência a estão sabotando, e não levando minhas graves denúncias ao seu conhecimento.
Na realidade, não posso precisar em quais dos tipos elencados por Dilma (“malfeito, ação criminosa, tráfico de influência, corrupção ou ilícito de qualquer espécie”) deve ser enquadrado o caso da Gemini. Só posso afirmar que, ao entregarem de bandeja o cartório de Gás Natural Liquefeito à sócia privada da Gemini, a desastrosa operação tem que ser enquadrada, no mínimo, em um dos tipos elencados.  
E, o que dizer do fraudulento Acordo de Quotistas firmado em janeiro de 2004, que deixou a Petrobras, indefesa, nas garras da sócia majoritária da Gemini? Amparada em tal Acordo de Quotistas pode (como eu denuncio), a sócia majoritária, superfaturar a seu bel prazer contra a Petrobras? Será que eu não fui didático o suficiente, ao explicar detalhadamente para a Polícia Federal e para o Ministério Público Federal como a sócia majoritária da Gemini pode, se lhe aprouver, superfaturar contra a Petrobras? Estamos, ou não, diante de uma rapinagem consentida, como eu afirmo?
A leitura do acima relatado, somado ao silêncio da presidente da República diante da série de vídeos intitulada “Saia do armário, Dilma!”, diante do artigo “Finalmente, Dilma saiu do armário...mas só um pouquinho!”, e diante dos documentos existentes nos arquivos do site www.maracutaiasnapetrobras.comcomprova, impressionantemente, minha afirmação segundo a qual “Há algo de muito podre no reino de Dona Dilma”.

AÉCIO

O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, gosta de aparecer na grande imprensa como o ¿tucano diferente". Um oposicionista que caminha na contramão da política pequena de seus companheiros de partido, apresentando-se como um homem público preocupado com o desequilíbrio federativo, originado pelo que chama de ¿hegemonia paulista na política". Sua originalidade residiria no fato de ser um oposicionista com propostas para o país, ave rara no bloco conservador. Nada mais enganoso. Nada mais perigoso.

Suas críticas mais recentes ao governo do presidente Lula desmontam os elementos discursivos empregados na tentativa de produzir sua significação, de elaborar uma persona que o defina como "construtor de pontes" entre partes que, segundo ele, estão "cegas por radicalizados projetos de poder".

Segundo o jornalista Ricardo Noblat, o governador lamenta que Lula desperdice o seu segundo mandato não promovendo reformas na Previdência Social, na área tributária e nas relações trabalhistas. Todas elas, segundo Aécio, ¿indispensáveis para a fundação de um Estado moderno, ficarão para ser feitas pelo sucessor de Lula. Que ainda será obrigado a enxugar despesas governamentais que não param de crescer¿.

Como se vê, não há qualquer diferença entre as prioridades do "construtor de pontes" e o ideário neoliberal da cúpula tucana. As reformas estruturais mais importantes - agrária, habitação, educação e a do saneamento básico-não têm lugar na sua agenda. Como não teve nas de FHC, Serra e Alckmin.

A reforma da Previdência é uma bandeira cara ao neoliberalismo. Com o "nobre" propósito de combater um falso déficit, o objetivo é a supressão de direitos, principalmente de mulheres e beneficiários do salário mínimo. Aécio finge ignorar que as receitas superam as despesas, mesmo após três anos seguidos de aumentos reais do mínimo.

Simula desconhecer que o presidente já afirmou que a reforma será pautada pelo Fórum de Negociação da Previdência, como proposta amadurecida na sociedade civil, ¿permitindo que as novas gerações tenham um sistema mais condizente com as necessidades dos trabalhadores¿. Um foco bem diferente do que reza o receituário mercantil.

Não sabe também que, em fevereiro, o governo encaminhou projeto de reforma tributária que pretende desonerar empresas, gerar mais empregos e acabar com a guerra fiscal entre os Estados. Em que nuvem anda o jovem Aécio? Ou em que praia do litoral fluminense tem surfado o neto de Tancredo?

Para o ¿construtor de pontes", o PAC ( Programa de Aceleração do Crescimento) não passa de uma jogada marqueteira."Rode por Minas. Tente encontrar alguma obra de vulto financiada pelo PAC. Não encontrará", aconselha.

Pena que tenha esquecido de dizer que o Estado que governa tem 114 das 119 prefeituras envolvidas em desvios de verbas do programa. E que o PSDB detém o maior número de prefeitos sob suspeita de fazer parte do esquema de apropriação ilegal dos recursos. Alguém precisa lembrar ao governador que obras de vulto não brotam do chão, ainda mais se no subsolo há dutos duvidosos. E que, como liderança estadual, cabe a ele alertar seus correligionários quanto a esse pequeno deslize ético.

Em visita ao Rio, na manhã de um ensolarado 15 de agosto, Aécio atacou supostas falhas do governo na segurança pública, argumentando que "o governo federal não assumiu a sua responsabilidade na questão da segurança pública, contingenciando recursos do Fundo Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança". É uma pena que a censura da imprensa mineira, praticada em proveito do seu próprio governo, deixe o fenômeno de Minas tão desinformado.

Uma breve leitura do jornal Brasil de Fato, em 14 de maio de 2007, faria com que tomasse ciência de que na sua gestão ", os investimentos em saúde, segurança pública e educação caíram, de R$ 11,6 bilhões para R$ 8,7 bilhões, impactando a vida de milhares de pessoas na capital e no interior do estado."

Há algum tempo, a vereadora petista Neila Batista, em artigo intitulado "MG: Quase um Estado de exceção" afirmou que "o silêncio da Assembléia Legislativa de Minas, com exceção das poucas vozes do PT e do PC do B, e o pacto da maior parte imprensa regional, que se engajou em sua carreira rumo à Presidência da República confirmam a regra... ou a exceção"

Fragilizando instituições caras ao jogo democrático, ignorando a importância do sistema partidário e ¿fazendo uso de uma máquina de marketing inigualável no país¿, a "novidade" que vem das alterosas é a melhor expressão do mandonismo risonho que segue à risca os preceitos neoliberais.

Seria interessante que Aécio aproveitasse a segunda metade do mandato para redemocratizar o Estado, dialogar com os movimentos sociais e, se der tempo, conhecer Minas Gerais. É uma das unidades federativas mais ricas do país. Bem mais surpreendente que as noites do Leblon.
 

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