20/04/2017

"BALEIA AZUL', MAIS UM JOGO QUE CHEGOU PARA DEIXAR PAIS EM ESTADO DE ALERTA

Post de jovem diz que ameaça contra criança dentro do Baleia Azul era brincadeira (Foto: Reprodução)

Mensagens com ameaças de envenenamento de alunos em diversas cidades do país está sendo divulgada em grupos de WhatsApp e causando preocupação entre pais. O texto diz que o crime seria uma das tarefas associadas ao "Jogo da Baleia Azul", que ficou conhecido como sequência de 50 desafios que envolvem isolamento social, automutilação e incentivo ao suicídio de adolescentes e jovens.

Cometer crimes contra terceiros não é uma tarefa que consta, ao menos, na lista aberta e conhecida dos 50 desafios atribuídos ao Baleia Azul.

Em Ipanema, Minas Gerais, a Polícia Militar disse que se tratava de um boato a mensagem que citava escolas da cidade. No mesmo caso, um jovem apontado como suposto autor negou qualquer ameaça e disse que seu nome passou a ser associado ao texto após ter feito uma brincadeira no Facebook dizendo que estava jogando o Baleia Azul.

>> COMO NASCEU O BALEIA AZUL?
Segundo levantamento da Polícia Federal, o nome do game teria relação com o comportamento suicida de baleias, que em certas circunstâncias forçam o encalhe coletivo em praias. O jogo que se disseminou pelo mundo surgiu na Rússia, em 2015, quando uma jovem de 15 anos se atirou de um edifício. Dias depois, uma adolescente de 14, Rina Palenkova, se jogou nos trilhos de trem da cidade de Ussuriysk. Após investigar, a polícia russa ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida. A partir daí, foram relatados cerca de 130 suicídios na Rússia até abril de 2016, quase todos atribuídos a integrantes do mesmo grupo na internet

>> CAUSAS DO SUICÍDIO
Autoridades listam como causas principais casos de amor não correspondido, problemas familiares, dificuldades na escola, luto na família, saúde mental, falta de oportunidades, desemprego e abuso de drogas

>> COMO OS CIBERCRIMINOSOS COAGEM OS ADOLESCENTES?
Os alvos: Games com apelos de riscos potencialmente letais – como o “desafio da asfixia” – têm se disseminado entre adolescentes e pré-adolescentes, que passam por uma fase em que ainda não percebem claramente as consequências de seus atos. Administradores desse tipo de “game”  se valem da inocência dessas pessoas ou da paranoia e da neurose daquelas mais vulneráveis, fazendo-as acreditar que estão à mercê de suas ordens.

Os canais: Crianças e adolescentes são coagidos a participar via redes sociais, chantageados com uso de material colhido pelos criminosos em banco de dados diversos, nos quais acessam informações pessoais, como nome completo, escola em que estuda, média de notas, cidade, endereço IP (“identidade” do computador na internet) e nome de amigos próximos. Amedrontada e pressionada, a vítima passa a interagir com os “mentores”. As ameaças se seguem com frases tais como: “Desenhe uma baleia com estilete no braço, depois tire uma foto quando estiver sangrando e me envie. Você, seus amigos e sua família correm perigo, espero que você os salve. Dez minutos para a conclusão, fico no aguardo”.

As brechas: Outro caminho de chegar até as vítimas são informações pessoais deixadas on-line por elas próprias, como problemas ou morte na família, notas baixas na escola ou tristeza por ter acabado um namoro. Aproveitando-se da fragilidade sentimental, os “mentores” incentivam as vítimas a participar do jogo. Para achar seus alvos, entram em grupos até de autoajuda, de superação da depressão, discussão sobre transtorno de ansiedade e aconselhamento pró-vida no Facebook.

>> ONDE SE JOGA?

Por meio de links em grupos contidos em redes sociais, inclusive uma russa, atualmente com mais de 33 milhões de usuários ou até mesmo em grupos de mensagens por celular criados com essa finalidade.

>> COMO FUNCIONA?
Jovens são previamente selecionados para participar de 50 desafios macabros, nos quais alguém por trás da tela, o chamado curador ou mentor, manipula o jogador e dá as ordens para serem cumpridas. As tarefas são automutilação com lâminas, queimaduras, subir em edifícios, escutar músicas depressivas até culminar, na última “missão”, com o autoextermínio.

>> JÁ HOUVE VITIMAS NO BRASIL?
Pelo menos em três estados: em Minas Gerais é investigada a morte de dois jovens – um por overdose de medicamentos e outro por enforcamento; no Mato Grosso, a morte de uma menina em uma represa é relacionada ao jogo; e, na Paraíba, a polícia apura caso de uma classe de alunos que já estariam em procedimentos de automutilação.

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